28.6.08





























Uma árvore, um banco e o vento de feição; tudo o que é preciso para se contar uma história…

Era uma vez… duas… três… e quatro… o mesmo macaco chinês, o gato que toca piano e a sereia que fala francês… o rato do panelão, a carocha da janelinha, o príncipe-sapo cortês e a Conceição… do capuz vermelho, das sandes de salpicão e do lobo… Era uma vez… duas… três…
Era… verão!…

26.6.08
























Imagem de Graça Morais para o CONGRESSO FEMINISTA em 2008, que reúne activistas e cientistas que defendem um mundo de iguais oportunidades.
26 27 e 28, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian e na Faculdade de Letras.

www.congressofeminista2008.org
























Uma imagem da superfície do planeta Marte, captada pela sonda Phoenix, como se fosse uma realidade ao nosso alcance imediato.
A minha avó, que morreu sem acreditar que o homem tivesse ido à lua, dizia que as imagens sobre as várias explorações lunares, que via na televisão, eram simples histórias e truques. "E, vocês santinhas (como quem diz ingénuas), acreditam em tudo!".

25.6.08






























últimas apresentações de Bonecos e Farelos
d'A Escolada Noite, com encenação de António Jorge
até 28 de Junho, quinta, sexta e sábado às 21.30h
Oficina Municipal do Teatro

24.6.08





























esferografados… esferografos…

23.6.08





















Esta é uma mensagem publicitária, uma sugestão de investimento à medida de todos os bolsos desfavorecidos, que põe os cabelos em pé ao Berlusconi e vai deixar o Nanni Moretti muito invejoso.
www.leorne.com

21.6.08
















E la nave va…

Céu escuro… Pensar no longínquo das cidades. Ir por aí. Escrever coisas menores na paisagem. Memória. Querer outra memória. Corpo. Querer outro corpo. Querer outro corpo sem velhice. Mãos. Grandes. Mãos grandes, onde se cabe inteiro. Gargalhar. Gargalhar. Ser. Ser pior. Ser melhor. Ser pior melhor… Comboio… Comboio… Comboio… Céu azul.

20.6.08




















A realidade, numa outra perspectiva!

19.6.08

Nasceu no jardim suspenso lá de casa, uma "arvorinha"!
Agora, só tenho que manter a minha gata "verde", distraída…
Esta é uma mensagem para Dom Casmurro, jardineiro.

18.6.08














































Livros para crianças, da editora Planeta Tangerina, que todos os adultos gostam de ler. Estes dois, com grafismo e ilustrações de Bernardo Carvalho.
www.planetatangerina.com
www.planeta-tangerina.blogspot.com

16.6.08

A caneta soltou-se-me e, em auto-gestão, decidiu sair em defesa dos emigrantes na Suíça que hoje foram trabalhar e, constrangidos, lá tiveram que enfrentar o sorrisinho eufórico do chefe, do director, do patrão…









Hélène Labarrière Quartet
"les Temps Changent"
[Dinamarca/França]
© Hélène Collon

O JAZZ AO CENTRO, com a cumplicidade dos comerciantes e dos moradores do larguinho e das Escadas do Quebra Costas, organizou um concerto memorável com o Quarteto da contrabaixista Hélène Labarrière.
Free jazz com muita ironia e virtuosismo. Sonoridades complementares, agrestes e suaves que constituiam um todo onde era difícil descobrir escrito e improviso.
Faltou-me comprar o CD. Espero que ainda esteja à venda na loja XM, ou em www.jazzaocentro.pt

14.6.08
















The travelers, 1943, fotógrafo desconhecido

Tocaram à campainha e não era do Círculo de Leitores, não era a Dona Conceição com as suas verduras, não era nenhum peditório para causas improváveis e muito menos de um movimento religioso pouco recomendável.
Queriam saber se eu estava interessada em comprar ou vender casa! Assim, sem mais nem menos, de porta em porta.
Só me ocorreu alugar, ou pôr à venda, um certo canto "blogosférico" secreto… mas o mercado está também saturado!…

13.6.08

FERNANDO PESSOA, o poeta "brincalhão" das muitas máscaras nasceu há 120 anos.


1[Alberto Caeiro] A Espantosa Realidade das Cousas

A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.

Basta existir para se ser completo.

Tenho escrito bastantes poemas.
Hei de escrever muitos mais. naturalmente.

Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.

Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.

Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
Nem idéia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.

Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer cousa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.


2 [Álvaro de Campos] Grandes são os Desertos…

Grandes são os desertos, e tudo é deserto.
Não são algumas toneladas de pedras ou tijolos ao alto
Que disfarçam o solo, o tal solo que é tudo.
Grandes são os desertos e as almas desertas e grandes
Desertas porque não passa por elas senão elas mesmas,
Grandes porque de ali se vê tudo, e tudo morreu.

Grandes são os desertos, minha alma!
Grandes são os desertos.

Não tirei bilhete para a vida,
Errei a porta do sentimento,
Não houve vontade ou ocasião que eu não perdesse.
Hoje não me resta, em vésperas de viagem,
Com a mala aberta esperando a arrumação adiada,
Sentado na cadeira em companhia com as camisas que não cabem,
Hoje não me resta (à parte o incômodo de estar assim sentado)
Senão saber isto:
Grandes são os desertos, e tudo é deserto.
Grande é a vida, e não vale a pena haver vida,

Arrumo melhor a mala com os olhos de pensar em arrumar
Que com arrumação das mãos factícias (e creio que digo bem)
Acendo o cigarro para adiar a viagem,
Para adiar todas as viagens.
Para adiar o universo inteiro.

Volta amanhã, realidade!
Basta por hoje, gentes!
Adia-te, presente absoluto!
Mais vale não ser que ser assim.

Comprem chocolates à criança a quem sucedi por erro,
E tirem a tabuleta porque amanhã é infinito.

Mas tenho que arrumar mala,
Tenho por força que arrumar a mala,
A mala.

Não posso levar as camisas na hipótese e a mala na razão.
Sim, toda a vida tenho tido que arrumar a mala.
Mas também, toda a vida, tenho ficado sentado sobre o canto das camisas empilhadas,
A ruminar, como um boi que não chegou a Ápis, destino.

Tenho que arrumar a mala de ser.
Tenho que existir a arrumar malas.
A cinza do cigarro cai sobre a camisa de cima do monte.
Olho para o lado, verifico que estou a dormir.
Sei só que tenho que arrumar a mala,
E que os desertos são grandes e tudo é deserto,
E qualquer parábola a respeito disto, mas dessa é que já me esqueci.

Ergo-me de repente todos os Césares.
Vou definitivamente arrumar a mala.
Arre, hei de arrumá-la e fechá-la;
Hei de vê-la levar de aqui,
Hei de existir independentemente dela.

Grandes são os desertos e tudo é deserto,
Salvo erro, naturalmente.
Pobre da alma humana com oásis só no deserto ao lado!

Mais vale arrumar a mala.
Fim.

















Para celebrar os 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa, a Casa Fernando Pessoa e a Câmara Municipal de Lisboa decidiram lançar um desafio à editora Loop:Recordings e marcar um encontro entre os escritos do poeta e algumas das mais aplaudidas vozes do movimento Hip Hop nacional. Melo D, Maze e Fuse dos Dealema, Raptor, Rocky Marsiano, Rodrigo Amado, Sagas, Dj Ride, T-One, D_Fine e Viriato Ventura (pai de Sam The Kid) serão os artistas que marcarão presença no palco montado no Terreiro do Paço. As actividades começarão às 18 horas, com DJs da Loop (Rui Miguel Abreu, José Belo, D-Mars, DJ Ride) a darem música à cidade enquanto painéis alusivos à iconografia pessoana serão pintados por Nomen, um dos mais reputados writers de graff nacionais. Às 22 horas começará o concerto propriamente dito. Entretanto, estão a ser dados os retoques finais num álbum de homenagem a Fernando Pessoa que a Loop:Recordings deverá editar em Setembro.












Ilustrações de Richard Câmara para ver na Casa Fernando Pessoa, entre 5 de Junho e 29 de Agosto.
Gostei muito da viagem de circum-navegação "Turismo Infinito" de Ricardo Pais sobre a obra de Pessoa.

12.6.08



















Encontrei o gato lá de casa, assanhado, no seu canto. Disse-me que estava furioso em estado contínuo e que nem os golos do Deco, do Ronaldo e do Quaresma o tinham ajudado. Pediu-me uma latinha daquelas que eu sabia… talvez assim…

10.6.08

O nosso Presidente decidiu sublinhar que hoje é o Dia da Raça.
Eu e muitos outros portugueses decidimos sublinhar o oposto; comemorar a cultura e a língua, que definem o nosso contexto e nos estruturam.

9.6.08

Este blogue que tem praticado a bonomia, hoje, eriçou-se! Paredes meias com o teatro onde trabalho, decidiram construir uma feira!
Gosto de feiras. Gosto de algodão doce, de balões, de farturas e de carrinhos de choque, mas não me parece boa ideia uma feira colada a um espaço onde é suposto apresentar espectáculos em boas condições acústicas…
Também não me parece boa ideia que os feirantes tenham que sair do simpático largo da Igreja dos Olivais, para virem montar o seu negócio no antigo parque de estacionamento da ECOVIA, que é um espaço árido, insuportável em dias de sol e calor.
E agora, integramos o Mickael Carreira e a Shakira na banda sonora do espectáculo?

3.6.08

…é verdade que se um homem misturar absinto com a realidade fica com uma realidade melhor.
… mas também é certo que se um homem misturar absinto com a realidade fica com um absinto pior.
… muito cedo tomei as opções essenciais que há a tomar na vida — disse o senhor Henri.
… nunca misturei o absinto com a realidade para não piorar a qualidade do absinto.

Gonçalo M. Tavares, O Senhor Henri, Caminho

1.6.08

Vamos lá imaginar a cidade do penteaaaaaado
onde as casas
p'ra variar
têm cabelo e não telhaaaaaado!

best of do José Barata Moura (excerto)
"devidamente" cantado à minha sobrinha