29.3.09

O senhor X pegou numa folha de papel e escreveu — Não tenho nada para dizer… Hoje é domingo! — A seguir, atirou a folha ao vento e sorriu. Talvez, aquela informação, pudesse ser útil a alguém…

25.3.09













com encenação de António Augusto Barros
estreia 3 de Abril
Teatro da Cerca de São Bernardo

19.3.09

Gosto do ensinamento artístico de Beckett: não significar em excesso e experimentar ser.

16.3.09





















e agora… um K, sem gralha!

10.3.09






















a partir de Franz Kafka
com encenação de António Augusto Barros
A ESCOLA DA NOITE
























“Em maio de 1921, escrevi um soneto que Ludwig Winder publicou no suplemento dominical da Boêmia.
Kafka disse-me na ocasião: “O senhor descreve o poeta como um ser de estatura prodigiosa, cujos pés estão na terra, enquanto a cabeça desaparece nas nuvens. É naturalmente uma imagem bem habitual no âmbito das representações convencionais da pequena burguesia. É uma ilusão, oriunda de desejos ocultos, que nada tem com a realidade. O poeta sempre é na realidade muito menor e mais fraco que a média da sociedade. Por isso sente o peso da existência terrestre com muito mais intensidade e força que os outros homens. Para ele, pessoalmente, cantar não passa de um modo de gritar. Para o artista a arte é um sofrimento, com a qual ele se libera para um novo sofrimento. Ele não é um gigante, porém um pássaro mais ou menos multicor na gaiola da existência- O senhor também? – perguntei eu.
- Sou um pássaro completamente impossível – disse Franz Kafka. – Sou uma chuca – um Kavka. O carvoeiro do Teinhof tem uma. O senhor já viu?
- Sim, ela fica correndo na frente da loja dele.
- Pois é, minha parenta tem mais sorte que eu. É bem verdade que lhe cortaram as asas. No meu caso, em compensação, isso nem foi preciso, pois minhas asas se atrofiaram. Esse é o motivo por que para mim não existem alturas nem distâncias. Desamparado, vou saltitando entre os homens. Eles me observam com grande desconfiança. Pois, afinal, sou um pássaro perigoso, um gatuno, uma chuca. Mas é só aparência. Na verdade não tenho percepção alguma das coisas que brilham. Essa é a razão pela qual nem sequer tenho penas pretas e brilhantes. Tenho a cor da cinza. Uma chuca que sonha desaparecer entre as pedras. Mas é só uma brincadeira, para o senhor perceber que hoje não estou bom”.

Gustav Janouch (Conversations avec Kafka), excerto citado por R. Barthes em um dos seminário sobre “O Neutro” ministrados no Collège de France entre 1977 e 78. (O Neutro. Anotações de aulas e seminários ministrados no Collège de France, 1977/1978. Texto estabelecido por Thomas Clerc. Tradução Ivone Castilho Benedetti. São Paulo : Martins Fontes, 2003. PP. 266-267).

8.3.09

























CAVATERRA Circolando
© Edward Stacchini

Espectáculo transdisciplinar, “Cavaterra” é a primeira criação da Circolando pensada especificamente para sala. Teatro dançado, teatro de imagens, conta, sem palavras, histórias das profundezas da terra.
Longe das abordagens realistas e politizadas do universo das minas, “Cavaterra” faz o elogio poético de matérias, cores e sensações. A terra, a pedra, o carvão. O preto, o castanho e o ocre. A noite e a luz. A solidão, a exaustão e a deformação de um corpo de trabalho.
“Cavaterra” inventa o sonho de homens-toupeira. Traz a beleza e o espanto ao mundo do medo, do cansaço e da exploração. (in folha de sala TAGV / XI Semana Cultural da Universidade de Coimbra)

Direcção Artística: André Braga e Cláudia Figueiredo
Interpretação: Alberto Carvalhal, André Braga, João Vladimiro e Patrick Murys

CIRCOLANDO
R. Sta Catarina
1207 4º esq frt
4000-457 PORTO

telf. 22 518 91 57
telm 93 6272636
www.circolando.com










VLCD!Teatro Meridional
© Margarida Dias

"VLCD!" é um espectáculo que, através do humor e do absurdo, versa sobre a velocidade. A mesma que conduz nos tempos modernos o ser humano a um nível de vida material que se dissocia da sua própria felicidade. A mesma onde um olhar mais atento (quiçá mais lento…) podia também identificá-la como o verdadeiro truque de uma sociedade de consumo. (in folha de sala TAGV / XI Semana Cultural da Universidade de Coimbra)

Direcção Cénica - Nuno Pino Custódio
Interpretação - Carla Maciel, Fernando Mota, Luciano Amarelo, Miguel Seabra

TEATRO MERIDIONAL
ASSOCIAÇÃO MERIDIONAL DE CULTURA
Rua do Açúcar, 64 - Beco da Mitra
1950-009 LISBOA

Tel.: 21 868 92 45 Fax: 21 868 92 47
Tlm: 91 781 43 53
www.teatromeridional.net

6.3.09


















Um achado poético, numa papelaria de uma cidade fora do tempo.