31.10.08
29.10.08
O senhor X decidiu embezerrar e está, há dias, fechado no seu quarto, como se estivesse em greve do mundo. O pior é que anexou o meu gato, que permanece ronronante e solidário, na cabeceira da sua cama.
Hoje, decidi acabar com isto e fui bater-lhe à porta. — Então, senhor X, anime-se! — Nada, nem um som. — Vá lá, homem, vem aí um filme novo do Kusturica. — Silêncio, nem mesmo o gato se ouve. — Somos o único blogue, no mundo, que não expressou ainda a sua orientação de voto, nas eleições americanas… — Foi então que a chave rodou, lentamente, na fechadura e o senhor X me apareceu, olheirento e cambaleante. Entregou-me um papel onde tinha escrito: CHANGE, WE NEED! E, depois, sussurrou-me — Para vice-presidente… a vizinha do quarto andar!
Hoje, decidi acabar com isto e fui bater-lhe à porta. — Então, senhor X, anime-se! — Nada, nem um som. — Vá lá, homem, vem aí um filme novo do Kusturica. — Silêncio, nem mesmo o gato se ouve. — Somos o único blogue, no mundo, que não expressou ainda a sua orientação de voto, nas eleições americanas… — Foi então que a chave rodou, lentamente, na fechadura e o senhor X me apareceu, olheirento e cambaleante. Entregou-me um papel onde tinha escrito: CHANGE, WE NEED! E, depois, sussurrou-me — Para vice-presidente… a vizinha do quarto andar!
25.10.08
O senhor X, que substima os problemas técnicos e cromáticos deste blogue, a crise económica mundial e outros males que proliferam por aí, resolveu que as suas atenções eram todas da vizinha do quarto andar e transformou-se no maior pinga-amor de que há memória.
Com frequência, fica ausente e suspirante, escreve poemas e rimas manhosas no seu caderninho e, há dias, quando me preparava para provar a deliciosa tarte que encontrei no frigorífico, impediu-me, gritando que era para E-L-A.
Pensei que este E-L-A, arrebatador e sonante, significava um movimento importante, com reuniões clandestinas de chá e bolinhos, ou que então se tratava de uma qualquer divindade e que o senhor X se tornara um fanático religioso, mas, nunca, que a-fantástica-tarte-de-mirtilos-e-framboesas, que tinha sido cozinhada por si, se destinava, inteira, à vizinha do quarto andar.
Ainda não refeita desta cena, fui dar com o senhor X, muito concentrado, a tricotar o que parecia ser um vestido de lã vermelha. Perguntei-lhe se não estaria a exagerar, se não era um empreendimento de alto risco… E se as medidas não se ajustassem? É que nunca sabemos, de que ilusões de óptica não é capaz um pinga-amor!…
Na manhã seguinte, de saída para o trabalho, deparei-me com um senhor X muito apressado, galgando as escadas do prédio. Transportava uma caixa para bolos, um cabide com um vestido, um ramo de margaridas e o seu caderninho, no bolso do casaco dos acontecimentos especiais.
Ainda pensei gritar-lhe que estava prestes a meter-se numa grande alhada, mas pareceu-me que não tinha intenção de me dar ouvidos e, por isso, desisti.
Quando regressei, ao fim do dia, uma penumbra invernosa sobre a sala e o senhor X, ainda na sua indumentária de cerimónia, permanecia em absoluto silêncio, como se estivesse ali há horas. Decidi não dizer nada e fui apanhando os vários objectos que havia transportado pela manhã e que jaziam agora, espalhados pelo chão.
Felizmente, a-fantástica-tarte-de-mirtilos-e-framboesas tinha sobrevivido ao que parecia ter sido uma catástrofe. Convenci-o de que era melhor comê-la quanto antes e fui buscar a garrafa de Periquita, que tinha guardado para uma ocasião especial.
Só ao terceiro copo, revelou que a vizinha fatal se mudara para outra cidade, outro qualquer quarto andar… Olhou para a sua magnífica obra de tricôt e perguntou-me o que haveria de fazer daquilo. Foi então, que o seu rosto pareceu iluminar-se… mas logo entristeceu e aconteceu o pior; atreveu-se a considerar que, a mim, não me serviria…
Com frequência, fica ausente e suspirante, escreve poemas e rimas manhosas no seu caderninho e, há dias, quando me preparava para provar a deliciosa tarte que encontrei no frigorífico, impediu-me, gritando que era para E-L-A.
Pensei que este E-L-A, arrebatador e sonante, significava um movimento importante, com reuniões clandestinas de chá e bolinhos, ou que então se tratava de uma qualquer divindade e que o senhor X se tornara um fanático religioso, mas, nunca, que a-fantástica-tarte-de-mirtilos-e-framboesas, que tinha sido cozinhada por si, se destinava, inteira, à vizinha do quarto andar.
Ainda não refeita desta cena, fui dar com o senhor X, muito concentrado, a tricotar o que parecia ser um vestido de lã vermelha. Perguntei-lhe se não estaria a exagerar, se não era um empreendimento de alto risco… E se as medidas não se ajustassem? É que nunca sabemos, de que ilusões de óptica não é capaz um pinga-amor!…
Na manhã seguinte, de saída para o trabalho, deparei-me com um senhor X muito apressado, galgando as escadas do prédio. Transportava uma caixa para bolos, um cabide com um vestido, um ramo de margaridas e o seu caderninho, no bolso do casaco dos acontecimentos especiais.
Ainda pensei gritar-lhe que estava prestes a meter-se numa grande alhada, mas pareceu-me que não tinha intenção de me dar ouvidos e, por isso, desisti.
Quando regressei, ao fim do dia, uma penumbra invernosa sobre a sala e o senhor X, ainda na sua indumentária de cerimónia, permanecia em absoluto silêncio, como se estivesse ali há horas. Decidi não dizer nada e fui apanhando os vários objectos que havia transportado pela manhã e que jaziam agora, espalhados pelo chão.
Felizmente, a-fantástica-tarte-de-mirtilos-e-framboesas tinha sobrevivido ao que parecia ter sido uma catástrofe. Convenci-o de que era melhor comê-la quanto antes e fui buscar a garrafa de Periquita, que tinha guardado para uma ocasião especial.
Só ao terceiro copo, revelou que a vizinha fatal se mudara para outra cidade, outro qualquer quarto andar… Olhou para a sua magnífica obra de tricôt e perguntou-me o que haveria de fazer daquilo. Foi então, que o seu rosto pareceu iluminar-se… mas logo entristeceu e aconteceu o pior; atreveu-se a considerar que, a mim, não me serviria…
24.10.08
NOCTURNO COIMBRINHA
Colocaram-lhe umas orelhas de burro e bebeu, bebeu, voltou a beber, bebeu, hic, bebeu outro copo, mais outro, outro ainda e decidiiiiiiuuu, hic, que, quando fosse engenheiro, construiria um equipamento urbano para salvar as esquinas da cidade, dos estudantes apertados.
Nunca foi engenheiro, mas registou a patente.
Colocaram-lhe umas orelhas de burro e bebeu, bebeu, voltou a beber, bebeu, hic, bebeu outro copo, mais outro, outro ainda e decidiiiiiiuuu, hic, que, quando fosse engenheiro, construiria um equipamento urbano para salvar as esquinas da cidade, dos estudantes apertados.
Nunca foi engenheiro, mas registou a patente.
19.10.08
14.10.08
Já nos tínhamos apercebido de que esta coisa da economia é uma espécie de crença numa coisa tentacular, com ciclos e setas "up and down", algo que escapa ao entendimento do comum mortal e que se baseia em movimentos rápidos e circulares de tira dali, para investir além.
Quando ouvimos falar de vinte milhões de euros, corrijo; vinte MIL milhões de euros, que não sabemos de ondem provêm, para estimular o sector, imaginamos que haja um "dali" sem existência, calculado a partir de uns impostos que ainda teremos de pagar.
Quando ouvimos falar de vinte milhões de euros, corrijo; vinte MIL milhões de euros, que não sabemos de ondem provêm, para estimular o sector, imaginamos que haja um "dali" sem existência, calculado a partir de uns impostos que ainda teremos de pagar.
13.10.08
12.10.08
11.10.08
O senhor X, mal o Inverno se insinua na paisagem, entrega-se à nobre tarefa de tricotar camisolas.
Sentado no seu velho sofá vermelho, passa os serões a fazer malha com lãs coloridas, enquanto vai desfiando pensamentos variados, ao som da actualidade televisiva.
São camisolas com motivos antiquados, de quadrados e riscas que, depois, distribui pelos amigos. É claro, que ninguém se atreve a recusar, com a desculpa de que aquela peça não é compatível com o restante guarda-roupa. Uma vez por outra, os amigos do senhor X saem à rua, vestidos de arco-íris… Talvez os seus pensamentos se possam ler, por entre os pontos de liga e meia.
Sentado no seu velho sofá vermelho, passa os serões a fazer malha com lãs coloridas, enquanto vai desfiando pensamentos variados, ao som da actualidade televisiva.
São camisolas com motivos antiquados, de quadrados e riscas que, depois, distribui pelos amigos. É claro, que ninguém se atreve a recusar, com a desculpa de que aquela peça não é compatível com o restante guarda-roupa. Uma vez por outra, os amigos do senhor X saem à rua, vestidos de arco-íris… Talvez os seus pensamentos se possam ler, por entre os pontos de liga e meia.
7.10.08
2.10.08
Como se já não bastasse a "ruptura macro económica", eis que o meu sítio foi repentinamente acometido de uma qualquer febre verde. Todas as imagens que tento hoje utilizar são filtradas de um verde ranhoca limonete muuuuito estranho. Logo agora, que tinha umas imagens do Teatro da Cerca para partilhar.
Será uma manifestação de uma "força de bloqueio" sportinguista, verdes(ista)? Um marciano invejoso? Um castigo, por ter feito a apologia do azul absoluto? Estranho mistério, este! Irritante mistério, este. A mim, que nem sou de futebois! Quero o meu blogue de volta.
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