700 Máscaras à Procura de Um Rosto
ou Um Artista da Fome
instalação teatral de ANTÓNIO JORGE
texto de FRANZ KAFKA
A ESCOLA DA NOITE
Teatro da Cerca de São Bernardo até 17 de Janeiro
21h30, aos sábados com sessão também ás 18h30
A arte é de uma inutilidade tão grande como o sonho e a liberdade. É um exercício de ócio laborioso que nos devolve à condição humilde de eternos curiosos aprendizes. Na precipitação dos tempos modernos e fora dos grandes centros é, ainda mais, um acto de resistência.
A minha experiência artística é no essencial a de um fazedor de teatro. O Teatro preenche uma parte significativa das minhas necessidades e apazigua o meu conflito com a palavra. Embora a apropriação da palavra escrita feita espaço, corpo e acção seja um privilégio maior tem, por natureza, as suas fragilidades e, sobretudo, sobrevive mal ao momento, à indiferença e à ignorância. Assim, de forma complementar, a insatisfação e a dúvida levaram-me, através da manualidade e partindo dos impulsos primitivos como qualquer artesão de tradição popular, a procurar outros caminhos. Foi na máscara que descobri um suporte alternativo de experimentação e comunicação. A máscara é um espaço de síntese, poderoso e polissémico. A máscara, sei-o melhor agora, consegue ser verbo antes do verbo, é matéria concreta e língua
universal e, ao contrário da palavra, está condenada a não mentir e a
perdurar(…).
António Jorge, excerto de texto, no programa do espectáculo
9.1.09
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1 comentário:
perto da queda das máscaras regressa a (nossa) fome…
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